quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Redes Sociais x SAC

As redes sociais não somente mobilizaram populações contra tiranos, na chamada Primavera Árabe, como são muito mais eficazes do que os SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor) na solução de infrações nas relações de consumo.A instantaneidade das reclamações e a velocidade de sua propagação flambam a reputação das companhias em ritmo vertiginoso. Não há negócio que resista a tamanha desconstrução digital.
É uma lástima, contudo, que as pessoas tenham de recorrer a seus ambientes virtuais para resolver esse tipo de problema. Porque os SACs são os instrumentos ideais para uma verdadeira gestão de qualidade empresarial.
É óbvio que, ao constatar a lesão aos seus direitos, as pessoas devem se valer de todas as formas para cobrar o que lhes seja devido. Então, é excelente que possam recorrer às redes sociais.
Reclamações feitas pelo Twitter não são apenas mais eficientes do que as feitas à Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) . São muito mais eficientes.
As redes sociais têm sido cada vez mais utilizadas pelos consumidores que se sentem lesados. E a estratégia fez as empresas se mexerem, tanto que leva entre 5 minutos e 2 horas para responderem a alguma reclamação vinda do Twitter. No Procon, a resposta vem em, no mínimo, um mês, de acordo com um levantamento feito pela Folha de S.Paulo.
O Estadão fez as contas e descobriu que a rede de microblogs é 8,4 mil vezes mais eficaz do que o órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
Os reclamantes, porém, não devem se esquecer de formalizar suas reclamações nos órgãos de defesa do consumidor, para atualizar as listagens de empresas que não trabalham corretamente, a fim de que sejam consultadas por outras pessoas.
E para que tais companhias sofram as sanções que estão previstas na lei.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs e seu legado

Steve Jobs – o gênio da tecnologia responsável por revolucionar ao menos três segmentos da indústria (computação pessoal, música, e telefonia) e inovar outra (animação para filmes) – morreu nesta quarta-feira, aos 56 anos de idade. 
Jobs protagonizou uma das sagas mais fascinantes de nosso tempo, uma aventura digna de filme. Reúne drama familiar, construção de um império, traição empresarial, superação e, sim, romance. Colocado para adoção logo após o nascimento, o menino nascido em São Francisco, na Califórnia, foi acolhido por uma família simples com a condição de que pudesse cursar a universidade. Uma vez lá, o jovem Steven Paul abandonou os estudos, trocando a graduação promissora por um incerto curso de caligrafia e uma viagem mística pela Índia. De volta aos Estados Unidos, inventou na garagem dos pais, ao lado de um amigo, Steve Wozniak, o que viria a ser o primeiro computador pessoal do mundo. Aos 20 anos, a dupla fundou a Apple. Três anos depois, acumulava 100 milhões de dólares. Aos 30, Jobs foi expulso da companhia pelo homem que ele mesmo contratara, John Sculley. Fora da "maçã", fundou outra empresa de computadores e comprou, do cineasta George Lucas, uma produtora de animações, a Pixar, por 10 milhões de dólares – 11 anos depois, a empresa seria vendida por 7 bilhões de dólares com filmes como Toy Story no currículo. Aos 42, Jobs foi convocado de volta à Apple para salvar a empresa da falência. Nos anos seguintes, lançou o iPod, iniciando a revolução no mercado de distribuição de música, o iPhone, catapultando o setor de smartphones, e o iPad, promovendo movimentação no setor editorial. Ao final do ciclo, a Apple chegou a ocupar o posto de empresa mais valorizada do planeta, avaliada em cerca de 350 bilhões de dólares. A última década de vida, talvez a mais frutífera, foi marcada também pela batalha contra o câncer no pâncreas. Uma trajetória de tirar o fôlego.
Jobs não criou tudo sozinho, é claro, mas não há dúvidas de que seu espírito – exigente e inventivo – foi decisivo para moldar a tecnologia que chegou às mãos do consumidor no último quarto de século. Foi ele, por exemplo, quem insistiu com Wozniak na ideia de levar o Apple I, primeiro computador pessoal, ao grande público. Foi dele também a decisão de abandonar, no início da década passada, o desenvolvimento do tablet e, em seu lugar, abraçar o projeto que desaguaria no iPhone, aparelho que de fato apresentou ao mundo o celular inteligente (o tablet ficaria para depois).
Wozniak, o amigo e cofundador da Apple, concorda com todos os talentos atribuídos a Jobs – apurado senso estético, capacidade de liderar, visão de mercado, poder de comunicação... Mas aponta um que, a seu ver, distancia o ex-CEO da esmagadora maioria dos líderes empresariais e também da maior parte dos mortais: "Ele sabe o que as pessoas querem ver nos produtos e também o que não querem. É um entendimento total do que motiva o ser humano."
O nome de Jobs está presente em nada menos do que 313 patentes, que tratam de invenções, usadas em produtos como desktops, iPods, iPhones e iPads. Até alguns itens de decoração utilizados nas lojas da Apple foram registrados pelo ex-CEO. As patentes se referem a tecnologia, funcionalidades e também ao design dos aparelhos, um aspecto essencial para Jobs. "Design não é apenas a aparência de um produto. Design é como ele funciona." Várias vezes, ele deixou claro seu interesse pela zona de contato entre técnica e design e sua admiração pelo renascentista Leonardo Da Vinci (1452-1519), o mestre que pintou aMonalisa e esboçou um protótipo do helicóptero.
"Steve Jobs é o Henry Ford da tecnologia", aposta Leander Kahney, autor do livro A Cabeça de Steve Jobs, que procura dissecar o método do americano. "Ele é o maior inovador na indústria da tecnologia voltada ao consumidor." Carmine Gallo, colunista da revista Businessweek, complementa a comparação: "Ele mudou totalmente o modo como interagimos com equipamentos digitais. Se não fosse por Jobs, ainda estaríamos digitando linhas de comando, em linguagem de máquina." Perfeccionista, Jobs criou produtos de uso simples, mas com aparência sofisticada, que mexeram com o imaginário de seus consumidores, criando uma legião de fãs da Apple.
Tanta exigência teve seu preço. Jobs passou a ser conhecido como um chefe implacável, que podia demitir um funcionário no elevador caso ele não tivesse na ponta da língua resposta sobre um produto em desenvolvimento na companhia. Em outras situações de trabalho, era comum que os colaboradores fossem interrompidos logo que pronunciavam as primeiras palavras de um raciocínio: "Já entendi. Mas o que penso sobre esse assunto é o seguinte..."
O executivo não era surdo às críticas, e chegou a explicar suas razões. "Algumas pessoas não estão acostumadas com um ambiente onde se espera excelência", disse certa vez. Em outra oportunidade, mostrou o peso de ser líder: "É doloroso trabalhar com algumas pessoas que não as melhores do mundo e precisar livrar-se delas. Mas constatei que minha função, às vezes, consiste exatamente nisso: descartar algumas pessoas que não correspondem às expectativas." A melhor autodefinição, contudo, talvez seja a seguinte: "Meu trabalho não é ser fácil com as pessoas. Meu trabalho é torná-las melhores."
"Steve nunca permitiu que a Apple fizesse produtos apenas razoáveis, nem mesmo bons: ele só aceitava os excelentes", afirma Wozniak, o amigo de juventude com quem Jobs criou o primeiro computador pessoal. Até mesmo rivais reconheceram a estatura do executivo não apenas na condução dos negócios da Apple, mas também seu carisma para liderar e motivar sua equipe e cativar consumidores. Foi o caso de Bill Gates, o fundador da gigante de software Microsoft: "Ao pensar em líderes que conseguem inspirar seus funcionários, Steve Jobs é o melhor que já conheci. Ele acredita na excelência de seus produtos e é capaz de comunicar isso."
Sem seu principal criador, a Apple caminhará sob comando de Tim Cook, antigo chefe de operações da companhia, que assumiu o cargo de CEO no final de agosto. Um dia depois do afastamento de Jobs, as ações da companhia caíram cerca de 2%, exprimindo a preocupação dos investidores com o futuro da companhia. "Em curto prazo, contudo, não vemos nenhum impacto que possa prejudicar a Apple. São oscilações normais de mercado", avalia Bruno Freitas, analista de mercado do grupo IDC.
O conforto é fruto de uma tática quase imperceptível adotada pelo cérebro da empresa: o treino das lideranças da companhia. Nos lançamentos da marca nos últimos anos, por exemplo, Jobs dividia as apresentações: ele mostrava as novidades e deixava as explicações técnicas para os especialistas. Além disso, em 2008, foi criada a Apple University, com o objetivo de ensinar os empregados da empresa a "pensar como Steve Jobs" e a tomar decisões como ele. A idéia era impregnar nos executivos o "jeito Steve Jobs de ser".
"Não há dúvidas de que, sem ele, não haveria Apple. Mas a questão é que ele criou um time e uma série de processos pensando no sucesso", diz Carolina Milanesi, analista do Gartner, grupo especializado em análise de mercado. Freitas completa: "Podemos falar que a Apple absorveu o DNA de Steve Jobs. Por isso, ela pode continuar bem, mesmo sem ele no comando."
Só o futuro poderá dizer se o atual e os novos dirigentes da empresa manterão o vigor de Jobs. É improvável que outro profissional reúna os mesmos talentos dele. Mas é imprescindível que seus líderes nutram pela companhia – e por tudo o que ela representa – o mesmo sentimento alimentado por seu criador: "Foi como a primeira paixão", disse Jobs certa vez sobre a Apple.




Fonte: Veja

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

FIFA x Brasil


Existe, sim, a ameaça de rompimento, amparada pela cláusula 7.7 do Host Agreement (Contrato para Sediar).
Hoje, não seria surpresa se a Fifa anunciasse, até o próximo dia 5, o cancelamento do evento de 20 de outubro - quando o Comitê Executivo da entidade planeja divulgar o calendário de jogos nas cidades-sedes tanto da Copa das Confederações-2013 quanto do Mundial-2014.
A cláusula 7.7, do contrato, assinado pelo governo brasileiro, estabelece o dia 1 de junho de 2012 - exatamente 2 anos e 11 dias antes da partida de abertura do Mundial-2014 - como prazo final para a Fifa rescindir o contrato e tirar a Copa-2014 do Brasil, sem pagamento de multa.
Diz o texto da 7.7 que a rescisão será aplicada caso as leis e regulamentos necessários para a organização da Copa do Mundo-2014 não tenham sido aprovados, ou caso as autoridades competentes não estejam cumprindo as garantias governamentais exigidas.
As garantias e responsabilidades exigidas pela Fifa também fazem parte do Acordo de Candidatura, entregues em 31 de julho de 2007, pelo presidente Lula, três meses antes de o país ter sido confirmado como sede do Mundial.
A Lei Geral da Copa, enviada ao Congresso no último dia 19 pela presidente Dilma Rousseff, é o ponto de discórdia. Itens como ingressos, credenciamento, proteção ao marketing de emboscada, gratuidades e até transmissão de TV foram editados em desacordo com o que foi discutido e acertado em fevereiro deste ano, em Brasília, durante reunião do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e técnicos do governo. Além disso, a infraestrutura dos aeroportos e os projetos de mobilidade urbana são considerados incipientes pela entidade.

A Fifa argumenta não ter como garantir aos patrocinadores a proteção às suas marcas. E a entidade teme inviabilizar o modelo da Copa do Mundo, que responde por 89% de sua arrecadação de quatro anos, se aceitar a Lei Geral da Copa-2014 como foi mandada pela presidente brasileira para o Congresso.

Traduzindo ao bom português, os pontos de exigência da Fifa são: liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios; proibição da meia entrada para estudantes; proibição da gratuidade para idosos e maior rigor ao combate a pirataria dos produtos dos patrocinadores oficiais da copa. Ao se tratar da primeira exigência, é notória a diminuição da violência nos estádios após proibição da venda bebidas alcoólicas. Em relação a segunda e terceira exigência da Fifa, ela estará passando por cima de leis estaduais e federais no qual se demorou anos para validar esse direito dos estudantes e, principalmente, dos idosos que tanto já contribuíram para nosso país. No tratar da quarta exigência, estou de pleno acordo com a Fifa. 


Enfim, ao meu ver a Fifa deve respeitar a soberania de cada país e, caso contrário, o Brasil deve se fazer respeitar.





Índice de Confiança Social

Em meio às denúncias de casos de corrupção que dominam o noticiário, a população brasileira indica que confia menos em partidos políticos e no Congresso Nacional do que em 16 instituições, segundo o Índice de Confiança Social, elaborado pelo Ibope Inteligência, divulgado nesta segunda-feira. A polícia, escolas públicas ou Forças Armadas, por exemplo, são mais confiáveis do que as instituições políticas. Numa escala de zero a cem, os partidos políticos obtiveram a pior nota (28), enquanto que os Bombeiros tiveram a melhor (86) pela terceira vez consecutiva.
A pesquisa é feita anualmente pelo instituto desde 2009 e tem o objetivo de acompanhar a relação de confiança da população com as organizações e pessoas de seu convívio social. Os entrevistados são perguntados tanto sobre grupos como a família e amigos quanto sobre empresas - consideradas uma "instituição" pela pesquisa. Veja os resultados da pesquisa:

A composição do índice é feita utilizando-se uma escala de quatro pontos, em que é possível o entrevistado avaliar cada ponto com "muita confiança, alguma confiança, quase nenhuma confiança ou nenhuma confiança".
A instituição presidente da República obteve um índice de 66 pontos em 2009, passou para 69 em 2010 e em 2011 - primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff - caiu para 60. Embora tenha diminuído, o índice é muito superior ao do Congresso Nacional (35) e partidos políticos (28).
Com menos pontos do que os Bombeiros, em um segundo patamar, aparecem as Igrejas e as Forças Armadas, ambas com 72 pontos.
De acordo com o índice, a população brasileira está menos confiante no sistema público de saúde, nas escolas públicas e nos meios de comunicação.
O grupo social de maior confiança é a família (90), seguido de amigos (68), cidadãos do país (60) e vizinhos (59). Na análise dos três anos, a instituição sistema público de saúde foi a que apresentou maior queda (tinha 49 pontos em 2009, passou para 47 em 2010 e chegou a 41 pontos em 2011), seguida por escolas públicas (tinha 62, passou para 60 em 2010 e obteve 55 neste ano) e meios de comunicação (de 71 pontos em 2009, chegou a 67 no ano passado e agora atingiu 65 pontos).

Fonte: Ibope Inteligência