segunda-feira, 3 de outubro de 2011

FIFA x Brasil


Existe, sim, a ameaça de rompimento, amparada pela cláusula 7.7 do Host Agreement (Contrato para Sediar).
Hoje, não seria surpresa se a Fifa anunciasse, até o próximo dia 5, o cancelamento do evento de 20 de outubro - quando o Comitê Executivo da entidade planeja divulgar o calendário de jogos nas cidades-sedes tanto da Copa das Confederações-2013 quanto do Mundial-2014.
A cláusula 7.7, do contrato, assinado pelo governo brasileiro, estabelece o dia 1 de junho de 2012 - exatamente 2 anos e 11 dias antes da partida de abertura do Mundial-2014 - como prazo final para a Fifa rescindir o contrato e tirar a Copa-2014 do Brasil, sem pagamento de multa.
Diz o texto da 7.7 que a rescisão será aplicada caso as leis e regulamentos necessários para a organização da Copa do Mundo-2014 não tenham sido aprovados, ou caso as autoridades competentes não estejam cumprindo as garantias governamentais exigidas.
As garantias e responsabilidades exigidas pela Fifa também fazem parte do Acordo de Candidatura, entregues em 31 de julho de 2007, pelo presidente Lula, três meses antes de o país ter sido confirmado como sede do Mundial.
A Lei Geral da Copa, enviada ao Congresso no último dia 19 pela presidente Dilma Rousseff, é o ponto de discórdia. Itens como ingressos, credenciamento, proteção ao marketing de emboscada, gratuidades e até transmissão de TV foram editados em desacordo com o que foi discutido e acertado em fevereiro deste ano, em Brasília, durante reunião do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, com o ministro do Esporte, Orlando Silva, e técnicos do governo. Além disso, a infraestrutura dos aeroportos e os projetos de mobilidade urbana são considerados incipientes pela entidade.

A Fifa argumenta não ter como garantir aos patrocinadores a proteção às suas marcas. E a entidade teme inviabilizar o modelo da Copa do Mundo, que responde por 89% de sua arrecadação de quatro anos, se aceitar a Lei Geral da Copa-2014 como foi mandada pela presidente brasileira para o Congresso.

Traduzindo ao bom português, os pontos de exigência da Fifa são: liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios; proibição da meia entrada para estudantes; proibição da gratuidade para idosos e maior rigor ao combate a pirataria dos produtos dos patrocinadores oficiais da copa. Ao se tratar da primeira exigência, é notória a diminuição da violência nos estádios após proibição da venda bebidas alcoólicas. Em relação a segunda e terceira exigência da Fifa, ela estará passando por cima de leis estaduais e federais no qual se demorou anos para validar esse direito dos estudantes e, principalmente, dos idosos que tanto já contribuíram para nosso país. No tratar da quarta exigência, estou de pleno acordo com a Fifa. 


Enfim, ao meu ver a Fifa deve respeitar a soberania de cada país e, caso contrário, o Brasil deve se fazer respeitar.





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