segunda-feira, 11 de julho de 2011

Calote do consumidor tem maior alta no semestre desde 2002


O calote ao consumidor cresceu no primeiro semestre de 2011, graças ao aumento da inflação entre janeiro e junho. Uma pesquisa da empresa de análise de crédito Serasa Experian mostra que a inadimplência ficou 22,3% maior em relação à primeira metade do ano passado. Esse aumento é o maior já visto nesse indicador desde 2002.
As dívidas dos brasileiros com o limite da conta no banco, com financeiras, com lojas e com cartões de crédito foram as grandes vilãs do calote. As chamadas dívidas bancárias cresceram 7,5% neste ano na comparação com o ano passado. As não bancárias (que envolvem o comércio em geral e o cartão) aumentou 76,2% no mesmo período.
Isso mostra que o brasileiro atrasou mais a parcela das compras, entrou mais no cheque especial e usou mais do rotativo do cartão neste ano do que na primeira metade de 2010. O grande culpado é o encarecimento do crédito de um ano para o outro por causa da inflação.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o crescimento da inadimplência no semestre é justificado pelos efeitos da política monetária do governo para controle da inflação, que desde o fim de 2010 já aumentou os juros, elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e encareceu o custo para pegar dinheiro emprestado.
- O consumidor enfrenta uma redução no poder aquisitivo e o crescente endividamento dificulta o pagamento das dívidas assumidas anteriormente.
Na mesma comparação do começo deste ano com o do ano passado, os títulos protestados e os cheques sem fundos diminuíram (6,7% e 4,4% respectivamente).
Embora tenha crescido bastante em quantidade, em valores as dívidas bancárias e não bancárias diminuíram. A grana média que o consumidor devia ao banco (com o cheque especial, por exemplo) baixou de R$ 1.335,17 para R$ 1.307,90.
Já as dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica, água, telefonia, entre outras) tiveram a maior queda em seu custo médio: passaram de R$ 385,50 para R$ 307,54.
O valor médio que o brasileiro gastou com um pré-datado ficou em R$ 1.313,97. Na primeira metade do ano passado, estava em R$ 1.227,82. Os títulos protestados, apesar de terem diminuído a inadimplência nesta primeira metade do ano, aumentaram seus valores médios de R$ 1.156,29 para R$ 1.328,50.

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