Além de ser a unidade de referência em Oncologia no Estado, o Hospital Ophir Loyola oferece assistência aos portadores de doenças crônicas degenerativas e ainda presta serviços de média e alta complexidade. No mês de março, tornou-se o pioneiro do Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar a
Timectomia por meio da videocirurgia. Trata-se de um procedimento cirúrgico indicado para tratar Miastenia Gravis, uma doença que atinge a função neuromuscular e afeta com mais freqüência os músculos oculares, respiratórios, de deglutição e mastigação, podendo aparecer de forma abrupta ou se instalar lentamente.
Apesar de ser mais comum em mulheres, a doença pode vitimar pessoas de todas as idades. Um dos sintomas mais comuns é a fraqueza muscular, ocasionada pela falha de transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos, que aumenta com o esforço físico. A causa da miastenia não é bem estabelecida. Alguns fatores são citados como desencadeantes, tal como a puberdade, gravidez, menopausa, infecções, traumatismos ou emoção intensa.
O especialista em oncologia torácica, Dr. Antonio Bomfim, explica que por não ter um mecanismo plenamente estabelecido é impossível combater uma causa específica. “Há dois picos de incidência – aos 20 e 30 anos, atingindo mais as mulheres (5 mulheres para cada homem), e aos 70 anos (3 homens para cada mulher). O diagnóstico é obtido por meio de exames clínicos, análise de sangue, tomografia computadorizada do tórax, eletroneuromiografia ou biópsia do tecido muscular”, explica.
Com apenas 24 anos, Gracilene Nogueira relata a espera angustiante até a descoberta da doença. “Minha garganta ficou inflamada a ponto de não conseguir mais me alimentar. Também sentia muita fraqueza muscular e perdi os movimentos. Passei por dois hospitais até ser encaminhada para o Ophir Loyola, onde o médico diagnosticou a ‘miastenia’. Com os medicamentos comecei a melhorar, mas foi com a cirurgia que, em uma semana, recuperei boa parte dos movimentos, depois de já ter sido desenganada por alguns médicos. Agora pretendo voltar a estudar e trabalhar”, desabafa.
A principal dificuldade em fechar um diagnóstico existe pelo fato de que a ‘Miastenia Gravis’ pode ser confundida com outras doenças como Síndrome de Lambert-Eaton, neurastenia, transtornos da tireóide, botulismo, lesões cerebrais e transtornos oculares. Isso por apresentar sintomas como dificuldade para respirar, falar e engolir, cansaço ao mastigar e após movimentos repetitivos nos
músculos dos braços e pernas.
A patologia pode ser controlada com medicações, as principais são os anticolinesterásicos e os corticóides. O tratamento indicado é a Timectomia, que pode ser oferecida para qualquer paciente portador de Miastenia pelo seu potencial de melhora significativa dos sintomas, em 80 a 90% dos pacientes. Porém os grupos mais indicados são os pacientes jovens, os que têm um difícil controle dos sintomas e necessitam de altas doses de medicações, pacientes portadores da forma generalizada da doença e pessoas que apresentam tumores no timo, denominados Timomas.
A cirurgia é feita por meio da excisão completa do timo – glândula localizada anteriormente aos vasos que saem do coração. Antigamente esse procedimento era realizado com a mesma incisão (corte) de uma cirurgia cardíaca, ou seja, com o serramento do esterno (osso). Dessa maneira, o paciente passava por um processo pós- operatório mais prolongado e doloroso.
Com a aquisição de dois sistemas de videocirurgia de alta definição, considerados os mais modernos na saúde pública paraense, o Ophir Loyola realizou as duas primeiras cirurgias de Timectomia com a tecnologia de vídeo pelo SUS no Pará, que consiste em três pequenas incisões no tórax, por onde passam os instrumentais cirúrgicos. O procedimento dura em torno de duas horas, com internação variando de 4 a 7 dias. As vantagens para o paciente são inúmeras, como menor desconforto pós-operatório, menor agressão cirúrgica, recuperação mais rápida e menor tempo de internação. A cirurgia é toda visualizada pelo equipamento de vídeo, o que produz um resultado estético muito superior.
Leila Cruz – Ascom/Ophir Loyola
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