O estudo, citado pela agência oficial chinesa de notícias Xinhua, foi produzido pela Social Sciences Academic Press e estima que em meados desta década o Bric concentrará 22% da economia mundial.
As quatro potências, que junto com a África do Sul realizarão na próxima semana uma cúpula na ilha chinesa de Hainan, experimentarão nos próximos 15 anos "um processo de crescimento estável e rápido", devido a um ambiente exterior propício no qual as economias desenvolvidas também crescerão.
Das quatro economias estudadas, a chinesa é a que cresce a um ritmo mais rápido, com média anual de 10% nas últimas décadas, e é desde 2010 a segunda maior potência econômica mundial, atrás apenas dos EUA. Alguns estudos afirmam que a China, sozinha, pode superar os EUA como a principal economia do planeta por volta de 2030.
Brasil
No ano passado, o Brasil cresceu a uma taxa não vista desde 1986, de 7,5%. O resultado supera o de cada uma das principais economias desenvolvidas: Estados Unidos, 2,8%; o Japão, 3,9%; na Europa, 1,7% na zona do euro (grupo de 17 países que usa a moeda comum) e 1,8% na União Europeia como um todo.
O país, no entanto, é o terceiro colocado entre os Bric. O PIB chinês cresceu 10,3% no ano passado, apesar das tentativas do governo do país de conter a oferta de crédito e os investimentos no mercado imobiliário, por exemplo. A Índia deve crescer 8,6%.
O Brasil só supera a Rússia (3,9% de crescimento), país com sérios obstáculos ao investimento, problemas de infraestrutura e cujas receitas dependem basicamente do petróleo (produto sujeito a fortes variações de demanda e preços no mercado mundial).
Os países ricos, por sua vez, embora ainda lutando contra os efeitos da crise global de 2008-2009, continuam tão na frente como sempre estiveram. O PIB dos EUA, por exemplo, em valores, passa de R$ 23 trilhões – cerca de sete vezes o do Brasil (R$ 3,67 trilhões). A renda per capita dos americanos no ano passado foi de cerca de R$ 77,8 mil; a do brasileiro foi de R$ 19 mil.
Ritmo insustentável
O professor de finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) Luiz Jurandir diz que “não há chance” de o Brasil repetir esse desempenho neste ano: o ritmo do país foi animador, mas não é sustentável.
Ele destaca ainda que, quando o crescimento é rápido demais, esse crescimento gera deformidades, como a inflação, e o Brasil de todo modo sofre de um problema de falta de coordenação entre as diversas esferas de governo; resolver esse problema é essencial para que o país possa ter um crescimento sustentável.
Agência Efe
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