Em julho de 2006, quando o acasalamento do descaso administrativo com a escassez de investimentos pariu o apagão aéreo, o presidente Lula comunicou ao país que o ministro da Defesa, Waldir Pires, cuidaria de matar o monstrengo no berço.
O plácido baiano nada fez. Foi substituído em julho de 2007 por Nelson Jobim, que prometeu matar de susto a criatura que acabara de festejar o primeiro aniversário.
Além de brincar de general, almirante e brigadeiro, também o gaúcho falastrão nada fez. Em julho de 2008, repassou o filho da inépcia federal a Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil.
No país real, as coisas seguiram piorando. No Brasil Maravilha inventado por Lula, não foi pouco o que a Mãe do PAC fez. Só em São Paulo, inaugurou o terceiro aeroporto que até hoje ninguém viu, modernizou Guarulhos sem deixar marcas visíveis da proeza e ampliou Viracopos sem acrescentar-lhe um único metro.
Em julho de 2010, durante a campanha eleitoral, deu o problema por resolvido e foi cuidar do trem-bala. No País do Carnaval, não é agosto o mais inquietante dos meses. É julho, confirmou nesta terça-feira a reunião entre Dilma e seus 40 ministros.
Invocando a aproximação da Copa do Mundo, os cardeais do novo e já velho governo resolveram enxergar o colapso da aviação civil. Também decidiram que cabe à iniciativa privada solucionar o problema que conceberam, amamentaram e carregam no colo.
Em julho ─ sempre no sétimo mês ─ estarão prontos os editais que instituem nos cinco principais aeroportos o modelo de concessão. Concessão é a privatização que não ousa dizer seu nome.
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