O ensino de educação financeira nas escolas pode ajudar o país a aumentar a poupança interna e a combater a inflação.
É o que avaliam pesquisadores do Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), que divulgaram nesta segunda-feira (9) os resultados preliminares de um projeto desenvolvido em 450 escolas públicas de cinco Estados, mais o Distrito Federal - Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.
Nos primeiros seis meses de curso, o Bird constatou que os alunos passaram a poupar mais e a organizar melhor as compras. O percentual dos estudantes que faziam poupança antes do programa passou de 44% para 49%, entre agosto e dezembro de 2010. Já os que faziam lista de compras passaram de 13% para 16%.
Segundo um pesquisador do banco, Rogeli Marchetti, o resultado chama atenção porque a mudança de comportamento nos cerca de 12 mil estudantes que participam do projeto Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) ocorreu em apenas seis meses, um prazo considerado curto.
- O resultado também é positivo quando comparado com escolas que não receberam as aulas [de finanças pessoais].
O Bird continuará a avaliar o aprendizado dos estudantes até o fim do projeto, que termina no fim do ano. A instituição pensa, inclusive, em acompanhar os jovens no mercado de trabalho.
Para os pesquisadores, o comportamento dos estudantes no longo prazo permitirá comprovar como a educação financeira pode se refletir em dados macroeconômicos.
- Dentro do país isso tem relevância, principalmente, no contexto de crescimento da classe média, que está entrando no mercado e precisa entender os produtos financeiros.
Com esses conhecimentos, o Bird avalia que a classe média pode impulsionar um "ciclo virtuoso" na economia, com incentivo à poupança e à redução do consumo.
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